Quem sou eu

Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brazil
Cantora que ama o que faz e não hesita em expor sua alma em cada palco que pisa.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Programa de Índio?

                        Foto do blog Amando Rio de Janeiro


Para muitos, a idéia de ir a praia no domingo é um verdadeiro “programa de índio”. Céu completamente azul, sol , mar tranqüilo. Este poderia bem ser o cenário do paraíso, mas a dificuldade para encontrar um metro quadrado de areia onde se possa colocar uma barraca de sol e uma cadeira começa a transformar o cenário paradisíaco.  Cariocas amam a praia, turistas amam as praias cariocas e todos se contentam com os 50 centímetros quadrados de areia onde possam ficar em pé ao menos. A dificuldade para se conseguir chegar ao mar é enorme e quem consegue tem que se molhar no tempo alheio e não no próprio. Crianças amam a praia, mais a areia do que a água e brincam com ela construindo e reconstruindo castelos, pois adultos desatentos sempre acabam por pisar. Pra que chorar, sobra areia e imaginação às crianças. Os vendedores de brincos, empadas, cervejas, biscoitos Globo, picolés da fruta e outros tantos conseguem o que pra nós é quase impossível, caminhar com sol a pino por entre barracas, cadeiras, cangas e gente, muita gente, carregando suas mercadorias não sem as famosas sandálias de dedo que insistem em encher  de areia a canga daquela moça que acabou de limpá-la, sem problemas, a moça limpa novamente a canga e o vendedor segue feliz faturando no melhor lugar pra se trabalhar, a praia.
Eu fui à praia domingo, isso mesmo. Mas como sou uma pessoa noturna, saí de casa às 17 horas e cheguei na praia ainda a tempo de ver um festival de barracas sendo fechadas quase que ao mesmo tempo o que, se olhado do alto, deveria parecer uma coreografia ensaiada,  o sol estava se indo, fazia muito calor e a temperatura da água estava bastante convidativa. Sou carioca e como tal também amo a praia. Sentada na cadeira alugada, pude ouvir o vozerio diminuindo e sendo substituído pelo barulho das ondas. Por volta das 19:30h uma expectativa tomava conta das pessoas que continuavam na praia e aos poucos todos ficaram de pé olhando em direção ao Morro Dois Irmãos e o que começou de maneira tímida e espaçada se transformou em algo contagiante e frenético. Eram aplausos para o sol que sumia devagar como se ouvisse o carinho e emoção do público praiano. Parecia um ritual pertencente a uma tribo que agradecia ao Deus Sol por ter cumprido com sua promessa. Nessa hora no meio e pertencendo a essa tribo, tive que reconhecer que ir a praia no domingo ou em qualquer outro dia ensolarado é sim um programa de índio.

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